Buracos Negros

Um paradoxo sobre sua natureza.

 

Se você está em um buraco negro, não desista: existe uma saída!

O livro Buracos Negros, que é um compêndio de palestras realizadas por Stephen Hawking, não é de difícil compreensão. Apesar de que um pouco de conhecimento em Astronomia facilitará a fluidez das informações nele apresentada, por sua mente.

Com introdução e comentários de David Shukman, o livro traz um breve conteúdo dos estudos que Hawking tem realizado sobre os buracos negros e alguns conceitos para que o leitor possa compreender os assuntos tratados no livro.

A expressão “buraco negro” é bastante simples, mas é difícil imaginar um deles por aí no espaço. Pense em um ralo gigante onde a água escoa em espiral.  Quando qualquer coisa desliza para a beirada desse ralo – o que chamamos de “horizonte de eventos” – não há volta. Os buracos negros são tão poderosos que até a luz é sugada, e por isso não podemos de fato vê-los […]”

O buraco negro é uma consequência da evolução estelar. Estrelas de grande massa acabam terminando sua vida num buraco negro. A nossa estrela, o  Sol,  não terá esse fim. Ela terminará sua vida como uma anã branca. Os buracos negros também são “vistos” em centro de galáxias. Em 1994, por exemplo, o telescópio espacial Hubble obteve indícios de um buraco negro no centro da galáxia M87, na constelação de virgem.

No livro, Stephen Hawking fala sobre singularidade, horizonte de eventos, e hipóteses do que aconteceria se caíssemos num buraco negro. Mas o foco do seu trabalho é o que sai dos buracos negros e aí Hawking demonstra que partículas são expelidas de forma contínua pelos buracos negros através de cálculos. Essa teoria ficou conhecida como Radiação Hawking.

O livro, Buracos Negros –  palestras da BBC Reith Lecture,  é inegavelmente bastante científico e específico, entretanto, é um livro que permite ao leitor conhecer um pouco sobre o tema de forma leve e até um pouco divertida.

Vale a pena a leitura. Nós recomendamos! 😉

 

Uma agradável surpresa

Não conheço um leitor se quer que compre guias turísticos como livros de leitura, a menos que não tenha uma viagem planejada para um determinado lugar.  Mas, você não imagina que ao escolher um livro nas prateleiras de uma livraria,  esteja comprando um livro que descreve em detalhes um país.  O nome do livro é “The Road to Little Dribbling – more notes from a small island”.

Bill Bryson é um escritor americano que duas décadas atrás adotou a Inglaterra como residência. Quando ainda jovem (20 anos), ele tinha morado na Inglaterra e, segundo o que ele diz, aquela foi a época de ouro do país, pois tudo o que tinha de mais interessante no mundo vinha de lá.  Tempo de James Bond, The Beatles, Elizabeth Taylor, etc.

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Narrações do Infinito e outras considerações

A obra Narrações do Infinito (Do original Lúmen) não é de fácil absorção. Também não é para mentes que desacreditam da pluralidade dos mundos habitados e da infinidade de experiências que nós, como espíritos, vivenciamos no Cosmos, mas para simplesmente mentes curiosas. Camille Flammarion1, astrônomo francês e espírita, iluminou o século XIX com inúmeras obras. Fammarion escreveu Narrações do Infinito em meados de 1872. O livro pode ser considerado uma obra mediúnica do ponto de vista que o autor entrevista um espírito, amigo seu, fazendo questionamentos sobre diversas condições sobre vidas em outros planetas; e científica quando notamos informações astronômicas como, por exemplo, o tempo que as informações vinda de outros astros, levam para chegar até nós.

Quando à noite observamos as diversas esferas que pululam a abóboda celeste, na verdade não estamos vendo o momento presente que ela está vivendo, mas seu passado. Isso porque a luz dos objetos estelares demoram meses, anos, séculos, anos-luz para chegar até nós (…) – dependendo do objeto que estiver sendo observado. O livro aborda o tema durante o diálogo entre os dois personagens Lúmen e Quaerens. Vemos também diálogos sobre os tipos de vida que Lúmen pôde observar em outros planetas.

 

“Se um vulcão, por exemplo, entrasse em erupção em um desses mundos referidos, não o veríamos projetar suas chamas senão 1 segundo e 1/4 depois, se se tratasse da Lua; 42 minutos decorridos, se estivesse em Júpiter; 2 horas mais tarde, se viessem de Urano; 4 horas após, caso proviessem de Netuno. Se nós nos transportássemos para além do sistema planetário, as distâncias seriam incomparavelmente mais vastas e maior a demora na chegada da luz. Assim, o raio luminoso saído da estrela mais próxima da Terra, a Alfa do Centauro, despende mais de 1.400 dias para nos atingir; o que procede de Sírius emprega perto de um decênio para atravessar o abismo que nos separa desse sol.”

 

A obra é dividida em cinco narrativas: Resurrectio praeteritiRefluum temporis, Homo homunculus, Anteriores vitae e Ingenium audax – Natura audacior. Abaixo vejamos alguns dos assuntos abordados nas histórias: Continue Lendo.

Pape Satàn Aleppe – Croniche di una società liquida – Umberto Eco

 

pape-3Acabei de ler “Pape, Satàn, Aleppe – Croniche di una società liquida” de Umberto Eco, uma verdadeira diversão. É uma compilação de textos que ele escreveu para o jornal italiano L’Expresso, tratando da cotidianidade italiana.

O livro é dividido em catorze seções, mais um para a Introdução e outro para dar créditos a Zigmunt Bauman pela criação da expressão “sociedade líquida”. Cada título de seção indica qual assunto será tratado nas crônicas.

A leitura deste livro dá uma idéia bem atual do que é o povo italiano, da sua cultura, da sua política, da sua educação (escolas, mesmo), e mesmo que uma crônica tenha sido no início deste século, ela ainda continua atual.

O que mais me chamou a atenção é a maneira elegante como ele usa a ironia e o sarcarmo nos seus textos. Percebi que as minhas ironias e sarcarmos ainda estão na classe: principiante!

Apesar das 469 páginas, a leitura é muito gostosa e divertida. Com certeza um livro para se levar em uma viagem longa, ou nos fins de semana que ficamos em casa sem nada para fazer. E, já que as festas de fim de ano estão chegando, por que não dar de presente para um amante da leitura, ou para aquele amigo secreto leitor?

Sidereus Nuncius

“Isso me intrigou. Por que razão Júpiter estaria à Leste das estrelas fixas enquanto no dia anterior ele estava a Oeste de duas delas?”

 

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Júpiter e suas Luas Galileanas feito em Pastel Seco e Lápis Carvão por Andreia Azevedo

Com a chegada da sonda Juno em Júpiter no início do mês de Julho desse ano, eu não poderia deixar escrever a resenha de um livro que é um marco da Astronomia Observacional. As quatro Luas de Júpiter que aparecem no vídeo que a NASA divulgou em homenagem a Galileu com a chegada da sonda em Júpiter, são as chamadas Luas, ou satélites,  Galileanas: IO, Europa, Callisto e Ganymede. Chamam-se Galileanas porque elas foram descobertas por Galileu Galilei em 1610 fazendo uso de sua luneta.

Galileu escreveu diversos livros dos quais alguns foram publicados. O primeiro livro que ele escreveu e que também foi publicado, chama-se Sidereus Nuncius  nome em latim cuja tradução é Mensageiro das Estrelas. Publicado em Veneza, em Março de 1610 essa obra é considerada a mais importante de toda a história do pensamento científico. Nela, Galileu relata a maior parte de suas descobertas até o momento como a superfície da Lua ser marcada por crateras e montanhas, as incontáveis estrelas de que é formada a Via Láctea, a nossa Galáxia, e os quatro satélites em torno de Júpiter. Anunciou ele também, o seu instrumento de observação, o telescópio, instrumento esse com o qual fez suas observações.

O livro contava com pouquíssimas páginas mas nem por isso menos Sidereus_Nuncius_1610.Galileoimportante. Ali ele mostrou ao mundo um universo pouco explorado e fascinante. As Luas Galileanas tiveram destaque em seu livro. Ele relata  as observações dos satélites de Júpiter – que de início acreditava ele, ser estrelas fixas – feitas entre 7 de Janeiro e 2 de Março de 1610, totalizando 65 observações. Mas ao longo das observação e anotações diárias mostrando a posição das “estrelas” e Júpiter através de gravuras, ele conclui se tratar na verdade de satélites. As maiores Luas de Júpiter estavam então devidamente descobertas e catalogadas.

O pequeno grande livro foi dedicado a Cosimo II, grão-duque da Toscana e chefe da poderosa família Médici.

Vamos a um trecho de seu livro quando ele relata o início de suas observações das “estrelas fixas” em torno de Júpiter. Conta ele:

 

No dia 7 de Janeiro do presente ano, 1610, nas primeiras horas dessa noite, quando eu estava observando as constelações do céu através de um telescópio, o planeta Júpiter apareceu no meu campo de visão, e como eu tinha construído um excelente instrumento observacional, eu notei uma circunstância na qual eu nunca havia percebido, devido a limitação do meu instrumento anterior, a saber, que três pequenas estrelas mas muito brilhantes, estavam próximas do planeta, e, apesar de eu acreditar que elas pertenciam ao número de estrelas fixas, ainda me causou espanto, porque elas pareciam estar precisamente alinhadas, paralelamente a eclíptica  e mais brilhantes do que o resto das estrelas de igual magnitude. A posição delas com referência a elas mesmas e com Júpiter foi a que segue :

 ObsGalileu-2

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O Reino

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Aquele que se engana a si mesmo, não consegue passar pela porta do Reino.

José Herculano Pires  foi escritor, filósofo, repórter, redator, secretário, cronista parlamentar, crítico literário e professor.  Foi ele um dos participantes do pinga-fogo – programa da então rede tupi – fazendo perguntas ao Chico Xavier no ano de 1971. Tendo escrito 81 livros, Herculano Pires brilha na clareza de ideias e conteúdos profundos que reflete a alma instruída e disciplinada  que possui. Alegava, ele,  sofrer de grafomania, escrevendo dia e noite. Seu único objetivo era comunicar o que achava necessário, da melhor maneira possível, transmitindo assim seu conhecimento a quem quisesse recebê-lo.

De muitos livros que podemos destacar, O Reino traz beleza profunda nos seus ensinamentos que visa mostrar  o que é o Reino, onde está, e como alcançá-lo.

O Reino é uma graça e uma conquista. Porque a graça não é uma prebenda como as da Terra: temos de merecê-la para recebê-la. O Reino é como semente: começa na germinação oculta e solitária, dentro de cada um.

Todos queremos alcançar o Reino de Deus. Jesus, quando esteve entre nós, falou-nos por diversas vezes sobre o Reino. Herculano Pires neste pequeno grande livro, nos traz pequenas histórias que são na verdade roteiros para refletirmos nossa condição moral frente a sociedade que vivemos e de que forma superar as mazelas de espíritos fracos que ainda somos. Continue lendo.

Crime e Castigo

A consciência acaba sendo o seu verdadeiro tribunal de acusações (…)                               CrimeECastigo

Fiódor Dostoiévski  foi um escritor e filósofo russo, considerado um dos maiores romancistas da história. Crime e Castigo teve como base os momentos mais críticos de sua vida onde cumpria pena a trabalhos forçados no presídio de Omsk, por participação em atividades subversivas de um grêmio socialista.

A obra é cheia de diálogos onde a psicologia e a astúcia de raciocínio é muito usada. Em nosso personagem central, Raskólnikov, vemos a dualidade “bem e mal” atuando em paralelo nas suas atitudes. Apesar do crime cometido, o que caracterizaria uma pessoa de índole má, é interessante ver o personagem auxiliando diversas pessoas durante a história sem conhecê-las direito, dispondo de recursos que nem mesmo à ele era suficiente. O aspecto “caridade” é uma qualidade inata em Raskólnikov que sempre, durante a história, auxiliou seu próximo; fosse com dinheiro fosse com seu tempo e dedicação. Continue lendo.

O Além e a Sobrevivência do Ser

LeonLéon Denis é um dos autores espíritas que mais amo. Sua forma poética de escrever acalenta as almas agitadas e garante uma leitura agradável, renovando as esperanças de um futuro melhor, quando nossos olhos se fecharem para este mundo.

“A belíssima mensagem mostra o desprendimento da matéria e a beleza da continuidade da vida que se apresentava ao cintilar das estrelas impassíveis – nada pode prevalecer contra o destino, quando irremediável.”

O livro O Além e a Sobrevivência do Ser, traz descrições e depoimentos sobre fenômenos espíritas, mostrando que a morte é apenas uma porta para o mundo espiritual em que a verdadeira essência de nossos corpos, o espírito, sobrevive e vive no verdadeiro mundo a que pertence. A sobrevivência do ser comprova-se por diversas comunicações em que relatos podem ser certificados por familiares – ou pessoas muito afins – dos comunicantes. Além disso, vê-se com clareza fatos ocorridos de materializações de espíritos já desencarnados ou ainda em estado de vigília.

Um caso bastante curioso sobre aparição de um espírito encarnado, e portanto ainda em estado de vigília, é o do deputado, o major Sir Carne Rachse.

“Os grandes jornais de Londres, o Daily News de 17 de maio de 1905, o Evening News, o Daily Express, o Umpire de 14 de maio, referiram-se à aparição, em plena sessão do parlamento, na Câmara dos Comuns, do fantasma de um deputado, o major Sir Carne Rachse, que se achava preso em casa por uma indisposição. Três outros deputados atestam a realidade desta manifestação.
Assim se exprime a respeito Sir Gilbert Parker, membro daquela Câmara, no jornal Umpire de 14 de maio de 1905, do qual os Anais das Ciências Psíquicas de junho do mesmo ano reproduziram a narração:

“Era meu desejo tomar parte no debate, mas esqueceram-se de chamar-me. Dirigindo-me para a minha cadeira, meus olhos deram com Sir Carne Rachse, sentado perto do lugar que habitualmente ocupava. Sabendo eu que ele estivera doente, fiz-lhe um gesto amistoso, dizendo-lhe: ‘Desejo que esteja melhor.’; mas não obtive nenhum sinal de resposta, o que me espantou. Achei-o muito pálido. Estava assentado, tranqüilo, apoiado em uma das mãos; a expressão da fisionomia era impassível e dura. Detive-me um instante refletindo sobre o que convinha fazer; quando me voltei de novo para Sir Carne, ele desaparecera. Pus-me in continenti à sua procura, contando encontrá-lo no vestíbulo. Lá não se achava; ninguém o vira.”

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O Processo – Franz Kafka

Olá Pessoal

Ler Franz Kafka foi uma surpresa incrível. O Processo já entrou na minha fila de leituras novamente. Não sei quando ele vai para minha mochila, mas certamente é um livro para ser levado para meus passeios onde nos finais da tarde, sentada a uma bela varanda , caminharei ao lado do autor em seus delírios literários. Experimentem! Vocês vão gostar. Esta foi a primeira resenha do livro que fiz em 2015.

 

“O livro é cheio de metáforas que nos induz refletir sobre a burocracia e a submissão que gira em torno da justiça.”

UOProcesso-FKm dia pela manhã Joseph K., um procurador de um grande banco, teve a visita de dois guardas e um inspetor em sua casa, que o informaram que ele estava detido, o motivo nunca foi informado e por essa razão K. passa todo o tempo tentando descobrir o que houve, onde poderia ele ter comedito algum delito durante sua vida e comoo agilizar seu processo. K julgou ser uma brincadeira de seus colegas de trabalho por ser o dia de seu aniversário, mas não era. K. é chamado para participar do primeiro inquérito. Chegando ao local do inquérito, na sala de sessões do tribunal, K faz breves discursos sobre seu caso – tornando pública a situação de injustiça pela qual passava ele, uma vez que ele não cometera qualquer crime – mas sempre de modo incógnito já que até o momento ainda não sabia do que estava sendo acusado. Continue lendo

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