A Biblioteca de Alexandria

 

Biblioteca-papiroUm farol em nossa jornada rumo as estrelas.

Carl Sagan

Iniciamos com este post o tópico Bibliotecas, de nosso blog. E para começar, falaremos de Alexandria. Não poderia ser diferente, pois foi ela a maior biblioteca da história da humanidade, na antiguidade. A riqueza das informações ali, traziam à luz muitas respostas que as próximas gerações tiveram que redescobrir a duras penas.

A biblioteca de Alexandria ficava situada na região portuária da cidade de Alexandria, no Egito. Não era ela apenas uma gigante biblioteca, mas um centro de conhecimento, estudos e pesquisas. Contava com 10 laboratórios de pesquisas , um zoológico e jardins botânicos ao meio de grandes colunas e fontes de água. Associado a ela, havia um instituto de pesquisas onde grandes mentes da antiguidade, como Hiparco, Ptolomeu, Aristarco, Euclides, Dionísio da Trácia, Herófilo e Arquimedes ali trabalhavam.  Não só grandes homens estavam ali. Apesar de uma época em que a mulher não desempenhava funções ligadas à política e a ciência, sendo consideradas apenas propriedade,  Hipátia, astrônoma e matemática foi uma grande mulher que ocupou destaque nessa fase.

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Hipátia de Alexandria – Gravura de Elbert Hubbard, 1908

A Biblioteca teve grande importância para a Astronomia. Contava com um observatório astronômico e com isso diversos astrônomos ali pesquisam. Além de Eratóstenes, havia Hiparco que mapeou as constelações e estabeleceu a magnitude (intensidade do brilho) das estrelas. Ele compilou o primeiro catálogo das estrelas visíveis a olho nú. Esse catálogo foi incluído na obra de Almagesto, de Ptolomeu. Carl Sagan em Cosmos nos diz que “a biblioteca era uma cidadela da consciência humana. Um farol na nossa jornada rumo as estrelas.”

A coleção de livros que a biblioteca agregou foi quase que incalculável. Seus organizadores buscaram livros e escritos por todo o mundo trazendo Alexandriapara dentro do “castelo mágico” diversas culturas e diferentes línguas. Compraram bibliotecas inteiras. As autoridades de Alexandria vasculhavam as embarcações de seu porto atrás de livros que eram copiados e, em seguida,  devolvidos aos donos originais.

O conhecimento ali, já aproximadamente há 2 mil anos atrás, nos teria permitido evoluir mais rapidamente se a biblioteca não tivesse sido destruída. Um dos fragmentos encontrados do que restou da biblioteca, foi o de uma obra  do astrônomo Aristarco de Samos, que afirmava ser a Terra apenas um dos planetas , que como os demais planetas, orbitava o sol e que as estrelas estavam muito distantes. Ele estava certo e se a biblioteca não tivesse sido perdida, o mundo não teria visto Giordano Bruno ir par a  fogueira por repetir a confirmação dessa teoria do heliocentrismo divulgada na época por  Nicolau Copérnico.

Infelizmente, 7 séculos após sua fundação, a biblioteca foi destruída por um incêndio. Em 2002, o Egito construiu uma nova biblioteca em Alexandria, sendo ela a maior do Egito. Como sua antecessora, ela não abriga apenas livros mas é composta também de  museus, auditórios, laboratórios e um planetário. É considerada uma das mais belas edificações da cidade de Alexandria, abrigando a maior coleção de livros na África e a maior coleção de livros em francês no mundo árabe.

 

Referências

Sagan, Carl. Cosmos. As Margens do Oceano Cósmico.

RIDPATH, Ian. Astronomia. Guia Ilustrado Zahar. 3.ed. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2007.

Wikipedia. A enciclopédia livre.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Biblioteca_de_Alexandria Acessado em 20/06/2016

Bibliotheca Alexandrina.

http://www.bibalex.org Acessado em 20/06/2016

Author: Andreia Azevedo

Especialista em tecnologia da informação, astrônoma amadora e leitora.

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