Olá Pessoal
Ler Franz Kafka foi uma surpresa incrível. O Processo já entrou na minha fila de leituras novamente. Não sei quando ele vai para minha mochila, mas certamente é um livro para ser levado para meus passeios onde nos finais da tarde, sentada a uma bela varanda , caminharei ao lado do autor em seus delírios literários. Experimentem! Vocês vão gostar. Esta foi a primeira resenha do livro que fiz em 2015.
“O livro é cheio de metáforas que nos induz refletir sobre a burocracia e a submissão que gira em torno da justiça.”
Um dia pela manhã Joseph K., um procurador de um grande banco, teve a visita de dois guardas e um inspetor em sua casa, que o informaram que ele estava detido, o motivo nunca foi informado e por essa razão K. passa todo o tempo tentando descobrir o que houve, onde poderia ele ter comedito algum delito durante sua vida e comoo agilizar seu processo. K julgou ser uma brincadeira de seus colegas de trabalho por ser o dia de seu aniversário, mas não era. K. é chamado para participar do primeiro inquérito. Chegando ao local do inquérito, na sala de sessões do tribunal, K faz breves discursos sobre seu caso – tornando pública a situação de injustiça pela qual passava ele, uma vez que ele não cometera qualquer crime – mas sempre de modo incógnito já que até o momento ainda não sabia do que estava sendo acusado.
Passada a semana desde que havia sido informado do processo, K admirado por não ter sido convocado diretamente a novo inquérito decide ir mesmo assim até o tribunal com receio do silêncio ser uma convocação tácita. Ao chegar ao local, encontra-se com uma mulher a qual informa a ele que não haveria sessões naquele domingo. K pede para ela comunicar ao juiz de instrução que não será alvo de subornos. Caminha pelo local e visita a secretaria dos tribunais convidado pelo porteiro dos tribunais.Ali o autor retrata um ambiente pesado, com ar sufocante.
K. recebe a visita de seu tio Albert que o leva até um amigo advogado para o auxiliar. Esse passa a representar K. mas K. reflete sobre a possibilidade de redigir um escrito de defesa à justiça visto que seu advogado (Huld) não estava atualizando ele sobre o processo, e inclusive parecia-lhe um pouco desinteressado do caso. K. não redigi o escrito e decide retirar a representação de Huld.
Durante a história podemos observar o interesse de K em buscar nas pessoas auxílio na tentativa de solucionar seu caso, e, todos os personagens – incluindo os mais estranhos como por exemplo o pintor e o sacerdote – sabiam do seu processo. O pintor disse ter influência entre os juízes e quis saber de K o tipo de absolvição ele gostaria de pedir. Já o sacerdote disse que o processo seguia mal, que é considerado provada a sua culpa e que, provavelmente, o processo não sairia das esferas inferiores do tribunal. Aqui temos outro diálogo bem interessante que nos leva a reflexão de que a lei, a justiça deveria ser clara e acessível à todos.
K apesar de ter lutado durante todo o processo para se colocar a par do andamento do mesmo sem se entregar a subornos e submissão do sistema, já bastante fatigado, é assassinado a seu pedido – ou executado pela pena de sua suposta condenação – , na véspera de seu trigésimo primeiro aniversário, um ano após ter sido avisado que estava detido..
O livro é cheio de metáforas que nos induz refletir sobre a burocracia e a submissão que gira em torno da justiça.